O BODE
(uma forma de aprender a agradecer)
Num pequeno vilarejo, numa casa simples, mas limpa e arrumada, vivia um homem com sua família: mulher, três filhos e a sogra. Mas o homem sentia-se completamente infeliz. Reclamava de tudo e de todos. Ora implicava com os filhos, ora era a sogra que o aborrecia, a casa que era pequena demais, a esposa que não era boa o suficiente… Nada o satisfazia.
Um dia, cansado de tanto sofrer, resolveu recorrer ao homem mais sábio da aldeia e pedir o seu conselho.
O sábio então lhe disse: – Vai, meu filho, procure um bode e o coloque dentro de sua casa. O homem se surpreendeu com aquilo, mas, diante da insistência do sábio, resolveu acatar o seu conselho.
Passado algum tempo, o homem voltou ao sábio mais infeliz ainda dizendo que sua vida estava muito pior, que sua casa estava suja, barulhenta, mal cheirosa, insuportável, e perguntou o que deveria fazer. E o sábio lhe disse: – Vá e tire o bode de sua casa.
E ele assim fez. Tamanho foi o alívio por se ver livre do animal que, a partir daquele dia, ele tornou-se um novo homem. Começou a descobrir e a valorizar tantas coisas que sempre tinham estado à sua volta, coisas das quais ele sequer tinha percebido a existência.
Quantas coisas maravilhosas temos ao nosso lado, quantos amigos sinceros que estão sempre prontos a nos ajudar, quanta coisa que conquistamos e vamos abandonando sem dar a devida atenção. Nós, seres humanos, ainda imperfeitos e falíveis que somos, continuamos precisando de “bodes” em nossas vidas para dar valor a nossas conquistas e a nós mesmos, que estamos sempre lutando para conquistar “um dia melhor”.
Paulo Roberto Gaefke
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